Quantos ovos se partem até que um
zigoto consiga sustentação para vingar? Ovos de criação com a potência de se
efetivarem são abortados nas capturas e direcionamentos dos modos de habitar a
cidade. Ações próprias do cotidiano separam as intimidades de espaços públicos.
Produzir claras em neve a partir da fragmentação do que pode um ovo. Bater
incessantemente fragmentos correndo o risco da transmutação, imprimindo
velocidade para a neve ganhar volume e consistência. Passar do ponto, perder
consistência. Relações de movimentos culinários e fluxos urbanos.
Acontecimentos nas superfícies. Novos campos de enunciação podem surgir no
processo performativo, habitando um risco real de se efetivarem ou não na
criação de corpos-acontecimentos É nesse terreno de risco, na relação com os
clichês do urbano, da sexualidade intima e da cozinha privada que os corpos em performance podem acontecer, em uma
casca fina, na superfície que separa o ovo na sua potencia criativa de um mundo
capturado por imagens fixas do pensamento no contexto urbano. Arte do risco de
produzir corpos nas superfícies.