quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

CARIOGAMIA E O RISCO DO ABORTO







Quantos ovos se partem até que um zigoto consiga sustentação para vingar? Ovos de criação com a potência de se efetivarem são abortados nas capturas e direcionamentos dos modos de habitar a cidade. Ações próprias do cotidiano separam as intimidades de espaços públicos. Produzir claras em neve a partir da fragmentação do que pode um ovo. Bater incessantemente fragmentos correndo o risco da transmutação, imprimindo velocidade para a neve ganhar volume e consistência. Passar do ponto, perder consistência. Relações de movimentos culinários e fluxos urbanos. Acontecimentos nas superfícies. Novos campos de enunciação podem surgir no processo performativo, habitando um risco real de se efetivarem ou não na criação de corpos-acontecimentos É nesse terreno de risco, na relação com os clichês do urbano, da sexualidade intima e da cozinha privada que os corpos em performance podem acontecer, em uma casca fina, na superfície que separa o ovo na sua potencia criativa de um mundo capturado por imagens fixas do pensamento no contexto urbano. Arte do risco de produzir corpos nas superfícies.