sábado, 28 de janeiro de 2012

Incorporações Urbanas


Imagens buscam a captação dos entremeios, das velocidades, dos fluxos urbanos. Falo do meu corpo, que é qualquer corpo urbano, qualquer dos corpos em meu corpo. Busco a apreensão dos corpo\corpos com tensões incorporativas. Incorporações Urbanas. Fluxos, velocidades, micro-tensões na dinâmica da cidade. A mega-maquina cidade funciona como uma máquina se autoproduzindo. Reproduzindo permanentemente seus componentes articulares compondo um sistema. Busca de componentes no exterior dela mesma. Componentes corpos. Máquina autoprodutora e exterior a ela mesma. Ambivalência simultânea. Simultânea em caráter autopoiético interfaceando seus desenvolvimentos alopoiéticos. Processo em uma política exterior, configurando relações de alteridade. Corpo-corpos em processo complexo. Configurações em movimento, em corpos dinâmicos, em fluxos contínuos.

Este trabalho tem como questão investigar as cartografias corpóreas presentes em espaços de convergência de serviços, comércio, lazer; configurando espaços urbanos: o primeiro sofrendo um processo de ocupação recente e o segundo espaço de ocupação consolidada em uma aparente desaceleração econômica. O objetivo desta pesquisa é entender a corporeidade enquanto um processo vivo de configuração, que se dá no “entre” do corpo físico e do contexto ambiental, em um processo de incorporação dos atravessamentos urbanos da atual sociedade de controle, regida pelos mecanismos do Capitalismo Mundial Integrado na produção de corpos atravessados por agenciamentos capitalísticos. Esta investigação se deu através de gravações de imagens nos dois espaços urbanos em horários críticos de aceleração dos fluxos de trânsito, de comercialização e de transeuntes nas ruas. As cidades foram Rio Verde – Goiás e Uberlândia – Minas Gerais. Os conceitos para pensar estes processos de incorporação da urbanização foram: sociedade de controle, as três ecologias, cultura de massa, corporeidade, incorporação, processos maquínicos, corpomídia, consciência do corpo, corpo-consciência. Os teóricos que contribuíram nesta produção foram Deleuze, Guattari, Katz, Greiner, Foucault, Rolnik e Gil. Assim, o trabalho culminou na produção de um vídeo editado na perspectiva de provocar no espectador deslocamentos por meio das imagens-fabulações dos corpos passantes nos espaços-tempo urbanos atravessados pelo trânsito, mídias comerciais, velocidades, privatizações das relações; produção de subjetividades capitalísticas, corpos territorializados pela mega-máquina cidade.


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